Conhecer o ser humano e seu mundo interior sempre foi algo muito desafiador e atraente para mim. Ter uma personalidade introvertida me levou a olhar, refletir e analisar esse mundo.
Com as experiências pessoais da vida, percebi que muitas situações, que anteriormente não eram motivos de problemas, passaram a ser difíceis e criadoras de obstáculos no meu desenvolvimento pessoal, familiar e profissional. Um exemplo muito pequeno foi ficar quase bloqueada para dirigir o carro numa cidade de 20 mil habitantes do interior do Estado de São Paulo, por achar que poderia passar mal.
Após algum tempo de sofrimento, entendi que as situações não eram meus reais problemas, mas a forma como eu as estava interpretando me faziam sentir emoções fortes, como medo e tristeza, que acabavam determinando muito das minhas ações e comportamentos e tudo isso virava um círculo vicioso que piorava ainda mais as situações. Essa descoberta tão simples foi tremendamente libertadora e trouxe minha
vida de volta.
Desde então, ensinar e ajudar outras pessoas a saírem desse lugar tão aprisionador tornou-se um propósito de vida e uma carreira profissional. Acreditar em mudanças do ser humano sempre foi essencial para motivar e desencadear a confiança que a própria pessoa necessita ter para alcançar essas transformações. Centenas de pessoas passaram pelo atendimento clínico e terapêutico – homens, mulheres, jovens e crianças – e todas tinham algo em comum: sofrimento psicológico que afetava várias esferas da vida, tornando pessoas capazes e cheias de vida em seres abatidos, temerosos, sem forças e desanimados, quando não em pânico, desestruturados e desesperados e que, como eu, só sabiam responsabilizar as situações.
Nessa caminhada profissional, por gostar de aprender, de estar sempre atualizada e de entender as necessidades humanas com maior profundidade, deparei-me com o grande desenvolvimento das Neurociências e foi dessa forma que o conhecimento da Neuropsicologia chegou para me abrir ainda mais a mente e os horizontes de alcance da Psicologia Cognitiva.
Simultaneamente, observando o crescente desenvolvimento da tecnologia e junto com isso a multiplicação do conhecimento, dos estímulos, das pressões e estresse sobre a mente humana e dos transtornos ansiosos entendi como urgente o trabalho educacional preventivo e promotor de saúde emocional.
Educar emocionalmente, desenvolver a inteligência socioemocional seria um fator de sobrevivência no meio dessa selva de estímulos excessivos, velocidade cada vez maior do pensamento, crescente demanda de adequação profissional e mudanças drásticas no funcionamento da sociedade em geral com o advento da inteligência artificial.
Com isso, o recurso mais importante do mundo, o “recurso humano”, está se esgotando rapidamente. Crianças e jovens sentem-se sem recursos pessoais para enfrentar o mundo. Não queremos que nossas crianças deixem de ser uma “Ferrari” para se tornar uma carroça, mas queremos que elas sejam uma Ferrari que tenha habilidade tanto para correr como para diminuir sua velocidade quando necessário e que saibam frear para não se acidentar na corrida da sua vida.
Nesse contexto, surgiu a BRAIN ACADEMY, uma empresa que tem como propósito trazer uma educação sistematizada sobre o funcionamento do ser humano integral, desenvolvendo autoconsciência, autogerenciamento das emoções, automotivação e habilidades para lidar com as emoções das pessoas ao redor de forma saudável. Trabalhar para integrar as emoções ao funcionamento cognitivo, trazendo saúde que produz energia e vida é a solução para os novos tempos. Voltar atrás em desenvolvimento não é nem uma possibilidade nem uma escolha inteligente. O melhor caminho é criar um ser humano mais bem adaptado a essa realidade do mundo e ao seu funcionamento interior.

Dra. Regina Suguihara
Dra. Regina SuguiharaPsicóloga/Neuropsicóloga - Founder President Brain Academy

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