Esse texto não se trata de uma análise etimológica, entretanto iremos abordar a importância da cidadania para a educação e da educação para a cidadania.

Podemos definir cidadania como o conjunto de direitos e deveres exercidos por uma pessoa que vive em sociedade, no que se refere ao seu poder e grau de intervenção no usufruto de seu espaço e na sua posição em poder nele intervir e transformá-lo. Considerando essa definição, temos quatro pilares da educação defendidos pela UNESCO que vão diretamente ao encontro do poder do exercício da cidadania; em breves definições, são eles:

  • Aprender a Conhecer”: indica interesse, abertura para o conhecimento que liberta da ignorância, apropriando-se dos próprios instrumentos de conhecimento e colocando-os a serviço do bem comum.

  • Aprender a Fazer”: mostrar a coragem de executar, de correr riscos, de errar mesmo em busca de acertos, atuando produtivamente para ingressar e permanecer no novo mundo do trabalho.

  • Aprender a Conviver”: a capacidade de aprender a viver com outras pessoas, aprender com suas diferenças e aprender com o meio em que se vive com elas, cultivando formas de participação social, exercitando a fraternidade como caminho do entendimento.

  • Aprender a Ser”: ser você mesmo e construir o seu projeto de vida. Talvez seja o mais completo por depender diretamente dos outros três pilares e por explicitar o papel do cidadão e o objetivo de viver.

É interessante constatarmos que qualquer nação que consiga harmonizar questões de cidadania e educação, considerando esses quatro pilares, certamente não há que se duvidar que estará entre os países com grandes índices de civilidade e convivência pacífica, proporcionando crescimento social sustentável.

Também podemos afirmar que é essencial investir em programas educacionais em que se observem aplicação de métodos objetivos para o desenvolvimento de competências socioemocionais, juntamente com as demais áreas do conhecimento, proporcionando intencionalidade e transcendência em tudo que se aprende, visando à ampliação da capacidade metacognitiva.

Felizmente, temos observado alguns avanços na busca da educação de qualidade. Um exemplo recente é a publicação da Base Nacional Comum Curricular – BNCC/2017, mas ainda com pouca efetividade, uma vez que lideranças educacionais estão encontrando dificuldades para efetivá-las nas escolas do território nacional.

Também observamos muitos produtos educacionais sendo desenvolvidos para poder complementar a implementação da BNCC nas escolas (fica um alerta sobre sua efetividade e amplitude). É importante acompanhar e mensurar resultados efetivos e, certamente, divulgar e compartilhar aqueles resultados eficazes que colaboram com os objetivos que a BNCC propõe.

Formar cidadãos não é algo fácil, e educar também não. Para se tornar uma nação forte, cheia de cidadãos que exerçam seus plenos direitos e deveres há que se ter educação com qualidade, e o pilar “Aprender a Conviver” se torna essencial em tempos em que o preconceito e a intolerância permeiam todas as relações.

Que sejamos verdadeiramente cidadãos para compormos uma sociedade justa e sustentável, uma vez que o homem é um ser biologicamente social e socialmente biológico, inserido em um conjunto amplo de redes sociais nas quais ele adquire sua identidade, enquanto ser humano, e os meios fundamentais para a sua sobrevivência, que deve ser pacífica, civilizada e totalmente harmonizada com toda e qualquer diferença.

Que sejamos de fato uma grande nação!

Que tenhamos líderes capazes de entender a verdadeira importância da educação!

Marcos Valença dos Santos
Marcos Valença dos Santos
CEO na Brain Academy, Advogado e Administrador de Empresas, com mais de 20 anos de atuação executiva em Gestão de Gente e Negócios, ganhador de prêmios de melhor gestão de RH nacional e América Latina nos anos de 2005/2006/2007/2008, estando entre as Melhores Empresas para Se Trabalhar por 13 anos consecutivos (GPTW e FIA).

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