De como a educação socioemocional pode auxiliar a melhor idade.

“Não me rejeites na minha velhice, não me abandones quando se vão as minhas forças”. (Salmos: 71.9)

“Envelheci.

E agora, olhando para trás vejo que preparei minha melhor idade para vivê-la em sua plenitude. Sei que envelhecer é um processo universal e que sou hoje o resultado de muitas escolhas que fiz em diversas áreas da minha vida.

Foi preciso muito esforço para chegar à velhice com baixo prejuízo, pois a partir do momento em que eu tomei consciência das boas práticas para evitar a decrepitude e senilidade, muitos estragos já haviam sido causados.

Foi necessário adotar uma dieta balanceada, na medida do possível, praticar exercícios físicos, tais como uma caminhada pela manhã (para aproveitar os benefícios do sol, evitando a descalcificação e até mesmo a depressão), aulas de dança, passeios em grupo, manter a cabeça ativa fazendo palavras cruzadas, trabalho voluntário, aulas de artesanato, contribuindo com o que aprendi ao longo da vida. Tudo isso tem mantido meu desejo de viver em alta”.

Esse relato é baseado em um dos depoimentos colhido do meu contato com idosos na prática cotidiana, onde eles se encontram inseguros quanto ao futuro, carentes de atenção e afeto, com os dias escorrendo entre os dedos sem que nada possam fazer para recuperar o tempo passado.

Constatei através das pesquisas que cresceu muito o número de idosos nos últimos anos e a expectativa de vida aumentou. Hoje é até comum ver pessoas chegando aos cem anos e até mesmo passando dessa idade com algum vigor. Com isso, a legislação para atendimento e amparo ao idoso passou por mudanças. Atender às novas demandas é preciso. Também é preciso acompanhar os avanços tecnológicos, as mudanças sociais, aprender a usar uma rede social, aprender a educação socioemocional para a boa convivência com as novas gerações, que nem sempre os valorizam como merecem.

Considero a melhor idade como um tempo de amor: com os filhos criados, netos ao redor, muitas histórias para contar, o sentimento de dever cumprido, mas muito o que fazer por si mesmo, visto que tiveram pouco tempo para dedicar ao autocuidado.

Cabe a nós, profissionais ou não da área da Psicopedagogia, a tarefa de ajudá-los a recuperar a autoconfiança e estima, buscar caminhos para que tenham seus direitos garantidos, chamar os familiares próximos à responsabilidade de lhes dar respaldo, fazer valer o “tempo de amor”.

Cabe a todos, independentemente da idade atual, raça, cor, credo ou condição social, a tarefa de criar condições de envelhecer com dignidade e saúde.

Agora, é receber de volta o amor, carinho e dedicação que depositaram em seus entes queridos. Sei que, infelizmente, nem sempre é assim com a maioria. A velhice é solidão e abandono para muitos, mas é bênção para aqueles que não se deixam abater, pois “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos” (Salmo 92:14).

Parafraseando o salmista Moisés, numa bela oração, no Salmo 90:12: “Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios”.

Ariane Nunes Matsuhashi
Ariane Nunes Matsuhashi
Formada pela Faculdade da Alta Paulista ─ Fadap/Fap no curso de Enfermagem ─ Tupã.
Pela Universidade Anhanguera ─ Uniderp no curso de Pedagogia.
Especialização em Educação Especial e Inclusiva com Ênfase em Deficiência Intelectual e Múltipla- Universidade Candido Mendes ─ Instituto Prominas.
Especialização em Psicopedagogia Institucional e Clínica ─ Indep ─ Marília-SP.
Atualmente atuo como Professora de Educação Especial na Sala de Recurso na Prefeitura de Tupã, e como Psicopedagoga Clínica e Institucional na região de Tupã-SP.

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