Uma das perguntas mais frequentes realizadas por professores é a seguinte: será que o aluno perfeito é aquele que segue todos os comandos e tira nota 10 em todas as provas?
E o professor perfeito? Será que é aquele que seus alunos têm boas notas e ingressam nas melhores universidades?
No conto “O aluno perfeito” de Rubem Alves, o autor faz uma crítica sobre os alunos considerados ideais. No texto o autor tem como protagonista do enredo “Memorioso”, um computador que possui uma memória capaz de gravar todos os tipos de informação, proporcionando um ótimo desempenho acadêmico. Mas “Memorioso” “buga”, “trava”, quando não encontra uma resposta sobre algo que não conhece, a saber, a EMOÇÃO, o amor e o prazer na aprendizagem.
Para o autor, não existem alunos perfeitos, tão pouco professores perfeitos, mas há na aprendizagem a fé de que todos podem aprender. Reuven Feuerstein declara em sua Teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural, que a modificabilidade é conquistada através da Aprendizagem Mediada, o que a neurociência explica pela neuroplasticidade do cérebro.
Se considerarmos a modificabilidade de Feuerstein com teoria da Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) de Lev Vigotsky, conheceremos um professor que acredita que seu aluno pode aprender, mas que cada um tem seu próprio ritmo, a sua melhor maneira de fazer insights e que permitirá que ele atinja um nível personalizado de conhecimento.
Tendo isso em mente, esse professor fará de tudo para que seu aluno alcance a intencionalidade proposta à aula, preparará uma aula com estratégias variadas, que poderão ser adaptadas até que esteja satisfeito com o nível de aprendizagem de cada aluno.
O aluno, por sua vez, tendo claro os objetivos a serem alcançados, e vendo o empenho do professor, tem mais condições de se desenvolver, de se esforçar para a aquisição desse conhecimento. Assim, está criado um ambiente de reciprocidade onde o professor, demonstrando empatia, estimula o aluno a aprender, e a resposta entusiasmada do aluno motiva o professor a continuar preparando aulas que alcancem a intencionalidade proposta.
Nesta sinergia, há espaço para erros, porque a correção dos erros leva à aprendizagem; há espaço para transparência no relacionamento professor–aluno, porque o objetivo final não é simplesmente uma nota em um boletim, mas uma aprendizagem viva, significativa, que transcenda conteúdos acadêmicos e que seja aplicada na vida cotidiana, nos relacionamentos, em sonhos a serem realizados, em inovações a serem criadas e em infinitas sinapses neurais a serem conectadas.
Talvez não exista o aluno perfeito ou professor perfeito, mas juntos, trabalhando em equipe, conquistando o amor e o prazer na aquisição do conhecimento, há uma grande chance de alcançar a aprendizagem cognitiva, emocional e relacional que ultrapasse o tempo do vestibular, que dure a vida toda.
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