Uma garota tímida, aos 10 anos foi matriculada numa escola particular. Ela sempre gostou de ler, de animais e de música. Mas poucos que estudaram com ela souberam disso.
Não deu tempo!!!
Ela foi vítima de intensa e repetitiva discriminação, apelidos, gozações, intimidações no recreio e exclusão.
BULLYING!!!
A garotinha dizia que seu sonho era ter apenas uma amiga.
Não deu tempo! Ela não teve chance!
Devido a suas dificuldades em se defender contra os ataques, piadas e proibições de sentar próxima a outros colegas, adoeceu!
Muitos espectadores viram. Outros, por medo de se tornarem a próxima vítima, fingiram não ver.
Alguns diziam: Ah, isso é brincadeira de criança!
Enquanto a brincadeira de criança corria solta na escola, a menininha se esgotou fisicamente e emocionalmente.
Dores, vômitos, tristeza, queda ainda maior no rendimento escolar, pesadelos e falta de empatia de seus pares ocasionou a sua saída da escola.
Não deu tempo para que conhecessem aquela garotinha tímida, sensível, que gostava de ler, de música, de animais e desejava ter apenas uma amiga.
Ela também não teve tempo de descobrir do que seus colegas gostavam.
O BULLYING tirou isso de todos eles!
Não importa se a criança ou o jovem estuda numa escola particular ou pública, se a família tem dinheiro ou não, se ela mora no Brasil ou no Japão. O bullying acontece em todas as escolas em menor ou maior número. A realidade é que há indivíduos, neste momento, hostilizando sistematicamente outro colega em ambiente escolar e temos espectadores que se omitem frente a esta violência, por medo, vergonha ou falta de informação.
O bullying é marcado pela intencionalidade, por comportamentos agressivos e repetitivos, realizados por um indivíduo ou um grupo contra outro, através de agressões verbais ou físicas, numa relação desigual de poder, ou seja, a vítima não tem a possibilidade de se defender devido a uma limitação física ou intelectual e essa violência causa real sofrimento à vítima.
Nas escolas, as agressões geralmente são praticadas longe das autoridades. O bullying ocorre normalmente no recreio, entrada e saída e, de forma velada, na sala de aula, com a presença do professor, através de bilhetes, desenhos, gestos e as famosas risadinhas entre os alunos que buscam depreciar ou humilhar a vítima.
Um estudo recém-publicado no Reino Unido indicou que adolescentes entre 12 e 15 anos que sofrem bullying na escola apresentam risco até três vezes maior de tentar o suicídio; que esta violência deixa marcas profundas na vida das vítimas e prejudica diversos aspectos da vida dos jovens, impactando sua saúde mental.
Este é um dado alarmante e que se faz necessário o somatório de forças de toda a nossa sociedade em busca de ações educacionais e parentais focadas em compartilhar com nossos jovens através da inteligência emocional como propagar ações reais por um mundo mais empático frente à diversidade, solidário e respeitoso.
No Brasil, atualmente temos a lei 13.185/2015 que fixa que é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying).
Vivemos desejando um mundo melhor para nossos filhos e alunos. Mas quais as ações reais de compreensão e amor estamos ensinando para aqueles que serão o nosso legado?
Para ajudar escolas a identificarem se um dos seus alunos está sofrendo bullying listamos alguns comportamentos que podem levantar suspeitas, e em casos instalados de bullying a intervenção da escola deverá ser imediata. A elaboração de projetos contínuos durante o ano letivo para prevenir a violência na instituição de ensino e apoio psicológico aos envolvidos também são primordiais.
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