A implementação da escola em tempo integral é uma das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014).  A proposta é que os alunos possam ter acesso a uma educação integral, ou seja, uma educação que valorize não somente os conhecimentos formais do currículo, mas também as habilidades necessárias para o aprofundamento dos conhecimentos, isto é, um currículo que valorize os aspectos afetivos, sociais e cognitivos, por meio de atividades extracurriculares.

Com a implementação da BNCC nas escolas, as habilidades socioemocionais ganharam maior notoriedade, pois os estudos demonstraram que quando a criança aprende a administrar as suas emoções, ela também é capaz de gerenciar melhor a sua aprendizagem dos conteúdos. Assim, até 2020, todas as escolas deverão contemplar as competências socioemocionais em seus currículos. As cinco competências descritas na BNCC são: Autoconsciência, Autogestão, Consciência social, Habilidades de relacionamento e Tomada de decisão responsável. Essas competências são muito importantes e devem ser consideradas na elaboração dos currículos escolares, pois, por meio delas, os conteúdos podem ganhar novos sentidos para o aluno de uma forma mais significativa, levando-o a tomar decisões mais bem-sucedidas.

Nesse sentido, quais os ganhos que a escola em tempo integral pode proporcionar ao aluno? Essa questão é alvo de muitas críticas, pois esse modelo de ensino não pode estar pautado meramente na ampliação gradativa da jornada escolar, mas essa ampliação deve vir acompanhada do desenvolvimento de novas oportunidades e ressignificações da aprendizagem.

A proposta das escolas em tempo integral é propícia para a ampliação de oportunidades de aprendizagem, não só do ponto de vista cognitivo, mas também do aspecto afetivo e social. Os preceitos da implementação da escola em tempo integral vão ao encontro dos preceitos da educação integral e das habilidades socioemocionais previstas pela BNCC, pois valorizam o aspecto interacional do aluno com os conteúdos, professor e colegas da turma.

Nesse sentido, o modelo de escola integral possibilita o crescimento pessoal dos alunos sob a ótica individual e coletiva. Assim, a escola em tempo integral pode ser fundamental para a ressignificação dos objetos de conhecimentos pelo aluno, bem como, as experiências interpessoais podem ser elevadas do ponto de vista quantitativo e qualitativo.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Disponível em: Acesso em: 20 de fev. de 2020.

Adriana Alonso Pereira
Adriana Alonso Pereira
Doutoranda e Mestra em Educação pelo Programa de Pós-graduação em Educação da “Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho”. Licenciada em Pedagogia pela “Universidade de Marília-UNIMAR”. Atualmente atua como professora de Escola em tempo integral na Oficina de Enriquecimento Curricular “Jogos Matemáticos”. Tem experiência na área da Educação, especificamente em Educação Especial e desenvolve pesquisa com as seguintes temáticas: Educação Especial, Educação Infantil, atitudes sociais em relação a inclusão, mudanças de concepções e atitude sociais, formação de professores, inclusão escolar e social, tecnologias educacionais e Educação 4.0.

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