O mundo tem acompanhado a pandemia do coronavírus (Covid-19) que tem feito as pessoas ficarem em suas casas, inclusive as crianças. Nesse cenário, tornou-se comum a preocupação constante dos responsáveis sobre o que fazer com os seus filhos nesse tempo.

Realmente essa deve ser uma preocupação, mas por que somente nesse momento? Entre recessos e férias, os filhos brasileiros permanecem em suas casas em julho, dezembro e janeiro. Por qual motivo não se vê tamanha preocupação nesses períodos? Será pelo fato da diferença estar nos pais que agora também estão em casa?

Sabemos que isolamento social é diferente de recessos e férias, mas crianças entediadas em casa não é novidade para muitas. Todavia, a novidade é que agora a família está reunida por mais tempo e, mais próximos, os pais passaram a compreender as necessidades dos filhos, que eles precisam de atividades para realizar e não ficarem ociosos. Os pedagogos sabem bem disso e nas suas rotinas diárias acrescentam diversos tipos de atividades que proporcionam o desenvolvimento de cada turma de criança em específico.

No artigo “Isolamento social não é férias”, escrito pela Drª Maewa e publicado neste blog, foram sugeridas ótimas atividades para os responsáveis trabalharem com as crianças. Para acrescentar, sugiro que os responsáveis também pensem em brincadeiras que faziam quando pequenos. Que tal ensinarem aos seus filhos um pouco das suas histórias de infância a partir de brincadeiras tradicionais?

Brincadeiras como elástico, cinco Marias, dança da cadeira, passa anel, corda, cabo de guerra, jokenpô, detetive, elefante colorido, tamaré 1, 2, 3, entre outras. Mencionando essas brincadeiras, lembrei-me de diversas histórias, e aposto que vocês também. Que tal contá-las aos seus filhos?

Também, há várias opções de jogos de tabuleiro em que se aprende sobre lateralidade, cor, numerais, lógica e tantas outras habilidades; jogue com os seus filhos. Caso não tenha jogos em casa, a internet possibilita a impressão de diversos moldes para diversos jogos; imprima e faça os jogos com eles. Aproveite ainda para ouvi-los; Do que eles têm brincado? Há alguma brincadeira que seja nova para você? Peça que seus filhos lhe ensinem.

Seguindo com as atividades, leia para os seus filhos e, caso sejam alfabetizados, peça que eles leiam para você também. Que tal, após a leitura, contarem as histórias lidas? Usem diversos materiais e objetos para ilustrarem as histórias. Se forem pequenos, façam uma cabaninha no local da contação; isso ajudará na diversão do momento.

Estreitem os laços familiares, compreendam seus filhos, brinquem com eles e, principalmente, entendam que as crianças e os adolescentes são seres humanos históricos e sociais ativos que devem ser ouvidos.

Somos humanos e temos capacidade de aprender mesmo em meio a maior pandemia. Por isso, aproveite esse tempo e entenda que seus filhos apresentam necessidades quando ficam em casa, seja em tempo de coronavírus ou sem coronavírus.

Que as escolas fechadas sejam portas abertas de possibilidades para as famílias conviverem, conhecerem-se e divertirem-se.

Aline de Novaes Conceição
Aline de Novaes Conceição
Doutoranda e mestra em Educação, Especialista em Formação de Professores em Educação Especial e Inclusiva pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) “Júlio de Mesquita Filho”, Psicopedagoga Institucional e Clínica pela Faculdade Iguaçu, Instituto de Ensino, Capacitação e Pós-Graduação (Indep), Pedagoga pela Unesp. Professora, tem experiências em pesquisas sobre inclusão escolar, social e sobre História da Educação, especificamente, histórias de instituições relacionadas com a Educação Infantil e instituições que formam professores.

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